sábado, 30 de abril de 2011

Trivium - Shogun

A primeira música que eu ouvi do Trivium foi Like Light to Flies. Já faz algum tempo, mas eu me lembro perfeitamente da cena. Quando eu estava ainda no início do processo de "educação do heavy metal", um amigo meu me mostrou essa música. Nós dois ficamos muito impressionados com a mistura de partes pesadas com vocais guturais com as partes mais melódicas (que têm aqueles vocais "emo"). Essa mistura, conforme fiquei sabendo depois, era chamada de metalcore. Logo que tive a oportunidade, fui atrás de cada música deste álbum, o Ascendancy. Acabei descobrindo que eu era um fã deles. Os riffs técnicos, as letras não tão melosas como as outras do estilo, os vocais limpos que acabei aprendendo a curtir e, principalmente, os solos, que botam no chinelo qualquer outro de qualquer outra banda entre essas mais "moderninhas" (à exceção do Children of Bodom, do Unearth e talvez do All that Remains).


Ouvi depois o Ember to Inferno, que também é muito bom, mas talvez um pouco mais primitivo. Porém, ao ouvir uma música do The Crusade, a única palavra que descreve o que aconteceu é esta: broxei. Os riffs eram completamente sem inspiração. O vocal gutural foi posto de lado na maior parte do tempo, e o vocal limpo começou a encher o saco. Não estou dizendo que eu parei de gostar do dito "Metal Poser", mas aquele CD estava uma MERDA. O meu conceito sobre eles caiu muito. E a temática japonesa do álbum não combinou nem um pouco com ele. Depois de tudo isso, as minhas expectativas para o Shogun eram muito ruins. E ainda vários amigos meu comentavam que o CD era ruim pra caralho, um completo "sell-out". Eu só tomei coragem de ouvi-lo 3 anos após o seu lançamento.

Já no início se percebe que o foco ainda são os vocais limpos, mas eles não estão tão irritantes como no The Crusade, mas ele não passa "A" atmosfera que passa nos refrões de músicas como Suffocating Sight ou Ember to Inferno, com exceção de um momento ou outro. Mas as guitarras estão excelentes. Eles estão com os solos cada vez melhores, mais elaborados. Esses guitarristas são dois dos "guitar heroes" de hoje em dia que merecem ser heróis. Os quase sempre presentes vocais limpos tem uma justificativa simples, embora entristecedora: Eles se venderam. É necessário ressaltar que se não fosse os berros de Matt Heafy, talvez o CD fosse quase inescutável.


Mas pelo menos eles continuam tentando fazer música boa. Os arranjos das canções estão bem mais maduros e os riffs com mais pegada e peso, deixando as melodias para as partes mais atmosféricas, que precisam de melodias para serem atmosféricas. A qualidade do som é fora de série, eles conseguiram arrancar um som impressionante de cada um dos instrumentos. Nenhum deslize técnico aparente de nenhum dos instrumentistas. A temática japonesa do álbum não está irritante como no álbum anterior. Tem também algumas referencias à mitologia grega em algumas letras.


Algumas música que merecem destaque são Kirisute Gomen, Throes of Perdition, The Calamity (pelo solo), Of Prometheus and the Crucifix e a longa Shogun. O que eles tem que melhorar é algo bem simples: Não colocar riffs ruins em músicas boas. Todas as músicas desse álbum tem um potencial enorme, mas a qualidade delas às vezes não é plena por causa de um riff sem inspiração ou algum vocal limpo está aonde deveria haver um berro. Eles se recuperaram muito no meu conceito, mas esse "sell-out" foi completamente desnecessário.


O CD é altamente recomendado para os fãs da banda e aqueles que querem ouvir música boa (mesmo que não transborde trueza). É não-recomendado para fãs mais true e é perfeito para queima para fãs de black metal (a.k.a "idiotas de maquiagem").




NOTA: 8,2/10


Nenhum comentário:

Postar um comentário