sexta-feira, 29 de abril de 2011

Mike sai e Mike assume

Então chegamos no final do último grande drama do mundo metálico: Quem substituirá Mike Portnoy? E esse alguém é Mike Mangini, conforme Eddie Trunk anunciou em seu twitter há algum tempo. Eu considero uma boa escolha, embora eu tenha ficado na duvida entre ele e o Marco Minnemann, que foram indiscutivelmente os dois melhores entre os sete. Aí vão as minhas impressões sobre cada um dos bateristas:

- Mike Mangini: Desde o início deu a parecer que era a escolha óbvia. É um ótimo baterista, tocou as músicas (Nightmare to Remember, The Dance of Eternity e Spirit Carries On) com perfeição e fazendo os músicos do Dream Theater se sentirem "em casa". Foi um dos poucos que conseguiu fazer os desafios da jam (composta de fórmulas de compassos estranhas e tempos muito quebrados) e do riff (um riff, também muito quebrado, que o baterista deveria criar uma batida que demostrasse sua personalidade e um "capacidade de reação" ao riff) de modo satisfatório. Depois, durante a conversa com os membros do DT (e um velho "careca-cabeludo" e gordo, que suponho que deva ser o empresário ou o produtor do Dream) Mangini se mostrou entusiasmado e alegre. Os caras gostaram dele de imediato. Sem dúvida mereceu ser escolhido. Ele tinha aquela "energia" que o Portnoy sempre passou para as músicas.

- Derek Roddy: De início eu achei estranho chamar um cara do death metal para um audição para uma banda progressiva, mas ok. No fim deu que ele "deathmetalizou" Nightmare to Remember, adicionando blastbeats muito dispensáveis (embora realmente impressionantes). Na parte da jam, ele se saiu relativamente bem, nada de especial. No teste do riff, ele não chegou a "entrar" na música, como se estivesse faltando mais "ele" na batida. O clima entre ele e o resto da banda não foi dos melhores, a ponto de Roddy não se sentar para conversar com eles depois. Me pareceu que Roddy gostou mais deles do que o Dream gostou de Roddy. No fim, "Death Metal" demais para o Dream.

- Thomas Lang: Quando eu vi o nome dele eu me empolguei de imediato. Creio que várias pessoas já assistiram ao solo que ele faz somente usando as baquetas. Aquilo é coisa de gênio. Na parte das músicas, Lang se saiu muito bem, nenhum erro gritante e ele ainda dava um peso pra música, ele tem uma baita pegada para a coisa. Labrie foi quem gostou mais dele, ele disse que gostou ele conseguia pegar as músicas e botar o seu estilo nelas, logo, ele improvisava um pouco mais. Ele se saiu bem na fase da jam e do riff, mas com nenhum grande destaque. Ele conseguiu se entrosar muito bem com a banda, embora eu tenha achado que ele foi "sério" demais ao tocar as músicas, ele ficava com a cara fechada. É de concordância geral que o cargo de ficar sério desse jeito é preenchido pelo Myung, que fez a façanha de falar praticamente uma vez por vídeo... No fim, eu achei ele "neutro", nem bom, nem ruim.

- Virgil Donati: O que sem duvida chama atenção de forma imediata em Virgil, é o seu jeito de falar, ele tem a língua presa. Mas isso (obviamente), não altera o seu jeito de tocar, que eu pessoalemente gostei muito. Ele se saiu muito bem na jam. Ele também se saiu muito bem nas músicas, mas ele improvisou nas músicas também, assim como Thomas Lang fez. Um fato divertido é que, após ele terminarem The Dance of Eternity, Virgil pediu para repetir o trecho final algumas vezes. Os membros do Dream Theater ficavam se perguntando: "O que ele está fazendo?". Mas, no fim, o que Virgil queria botar uma idéia "muito legal" naquela parte em especial da música. Na parte do "riff test" Virgil também se saiu bem, mas nada de muito excepcional. Ele também conseguiu se entrosar bem com o resto da banda, mas assim como Lang, eu achei ele "neutro".

- Marco Minnemann: Este era o que eu estava com a maior espectativa, era um dos únicos dois que eu já conhecia antes de toda a história de audições (ele e o Aquiles Priester). Eu o conhecia do trabalho dele com o Paul Gilbert, que eu como guitarrista, venero como um Deus (apesar de eu venerar mais o Petrucci...). Desde o início já se percebeu o entusiasmo de Marco, e também o seu sempre presente sorriso estilo "Gustavo Guerra". Logo que ele começou a tocar a jam, já havia bastante "química" entre eles, e do meu ponto de vista, foi a melhor jam. Ele tocou todas as músicas com uma inegável perfeição, e sempre com o sorriso. Em Spirit Carries On, James Labrie brincou com a letra de modo que ela ficou: "Where did Marco come from? (risos) Why is he here? (risos) Where does he go when he dies?" (Tradução: "De onde o Marco veio? (risos) Porque ele está aqui? (risos) Aonde ele vai depois que ele morrer?" Suponho que a letra original não era assim...) Ele também se saiu muito bem no teste do riff, botando sua personalidade na batida de imediato. Ele se deu muito bem com a banda. Realmente, foi um dos melhores lá. Myung comentou que até este ponto das audições, ele só via ou Mike Mangini ou Marco Minnemann como o baterista do DT.

- Aquiles Priester: Então chegou a hora do Aquiles. No momento que eu dei o play na terceira parte do documentário, eu senti o (estúpido) desejo de estar usando uma camiseta da seleção brasileira. Como nos outros, Aquiles começou com uma jam, em que ele se saiu bem, mas, infelizmente, daí só foi para pior. Em The Dance of Eternity, Aquiles deu uma errada feia no final da música, feia a ponto de pessoas não versadas em música perceberem o erro. E na reta final, o teste do riff (o teste que se provou ser o mais difícil) o Aquiles não "entrou" no riff, assim como alguns outros. Ele não conseguiu incorporar nada do seu estilo no riff, se limitando a apenas uma batida básica. Embora Aquiles tenha ido "mal" nos testes (lembrem-se: Ir mal num teste como esse é algo que está além de capacidade da maioria dos bateristas que existem por aí.), ele foi muito elogiado pelo Dream Theater pelo seu trabalho como compositor e escritor de letras. Ele também conseguiu se entrosar bem com a banda, o único que não conseguiu fazer isso foi Derek Roddy. Enfim, não foi o dia do Aquiles.

- Peter Wildoer: Depois de Derek Roddy, eu estava meio que achando que esse cara também ia ser "Death" demais para o Dream. Na jam ele se saiu muito bem, um pouco acima da média. Ele foi uma surpresa para os cara do Dream. Eles não esperavam tanto dele. Ele também se saiu muito bem na parte das músicas. Assim como alguns outros ele fez o comentário que sentia que já tivesse tocado com eles antes. E ele foi um dos poucos que se saiu verdadeiramente bem no desafio do riff. No final da audição, John Petrucci falou para ele, que ele foi a grande surpresa entre os 7 candidatos, já que eles não conheciam tão bem o trabalho dele.

Os três finalistas foram: Mike Mangini, Marco Minnemann e Peter Wildoer. Peter foi o primeiro a ser "eliminado", mas ele não se mostrou muito abalado com um fato, mas sim alegre de ter tocado com "O" Dream Theater. E então, no fim de todo o suspense, quem recebe A grande ligação é Mike Mangini. Não sei se ele já sabia que ele ia ser anunciado ou não, mas a reação que o cara fez foi algo, é tão engraçada ao ponto que chega a ser um dos melhores motivos para assistir ao vídeo repetidas vezes.

Imagino que se fosse haver uma colocação, ia ser algo assim:

1) Mike Mangini
2) Marco Minnemann
3) Peter Wildoer
4) Virgil Donati
5) Thomas Lang
6) Derek Roddy
7) Aquiles Priester

Embora o Aquiles não tenha se desempenhado tão bem quanto dele foi esperado por nós, brasileiros, e também a demora pelo anúncio do baterista, aqui termina todo o drama (chamado de novela e BBB por alguns). Eu estou muito feliz com a escolha e eu acredito que o próximo cd do Dream Theater vai ser tão fodástico quanto os outros. É isso aí, até o próximo post!

Um comentário:

  1. Ótimo post cara, parabéns!Concordo plenamente em tudo que você falou...Não foi o dia do Aquiles e Mike Mangini, tava inspirado no dia da audição.Toca muitoooo.Esperamos ansiosos o próximo cd do Dream Theater!

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